Pais devem contar sobre a fertilização para os filhos ( Portal Terra)
Depois de passar com sucesso por todos os processos que envolvem uma reprodução assistida, os pais precisam enfrentar um dilema: contar ou não para o filho o quanto eles lutaram para concebê-la. Para Rachel Meleipe Tardin, psicóloga e terapeuta familiar, de Curitiba, é muito bom para a formação de qualquer indivíduo conhecer sua história e, por isso, os pais devem contar, sim.
“Toda criança gosta e necessita saber sua história, como a escolha do nome, quando foi a decisão de tê-la, como foi o preparo da casa etc. São fatos que compõem o início de sua estrutura humana. Assim, a criança imagina, cria fantasias, inicia sua capacidade de reflexão sobre quem ela é”, explica a terapeuta. “Geralmente, as crianças vindas de uma história de infertilidade foram muito desejadas e planejadas. Existem relatos bonitos, histórias de superação que devem ser valorizadas”, recomenda.
Qual o momento certo?
Para Rachel, não há uma idade certa para tocar no assunto. No entanto, uma boa fase é quando a criança começa a ler. “Ela absorverá o tema de forma mais madura. Conseguirá conversar, falar e expor suas dúvidas e curiosidades”, aconselha a terapeuta.
Caso os pais prefiram começar a contar mais cedo, a dica da psicóloga é fazer o uso de ultrassonografias, fotos da gestação e materiais que possam aguçar a curiosidade sobre o tema. A especialista conta que já existem livros de histórias infantis que ajudam os pais a abordarem o assunto de maneira mais lúdica.
Doação de gametas ou “barriga de aluguel”
Para certos pais, contar ao filho que a gravidez contou com a participação de uma terceira pessoa – por meio de doação de óvulo ou espermatozoide, ou ainda pelo uso de “barriga de aluguel” – pode ser um problema. De acordo com a terapeuta, o tema não é tabu para alguns casais. No entanto, em outros casos os pais têm receio de contar sobre a concepção, mas essa decisão pode gerar uma rotina de insegurança na família.
“Os pais podem passar a vida inteira temendo que a criança desenvolva algum tipo de doença genética. Podem ter medo de que seus filhos se deparem com parentes biológicos durante a vida. Com isso, há a possibilidade de o casal desenvolver um comportamento superprotetor ou despertar algum tipo de rejeição inconsciente”, afirma a psicóloga.
Nesses casos, a recomendação de Rachel é a procura de ajuda profissional. Os pais têm que descobrir e superar as barreiras que não permitem que eles dividam essa história com os filhos. “Esse é um assunto muito sério, as pessoas deviam buscar apoio psicológico para ampliar visões do tema e enfrentar os medos. Pais que contam tendem a lidar melhor com a toda a situação”, finaliza.
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